19.10.13

Vinicius de Moraes, «A Arca de Noé» Vol.1 e 2 | 1980-81

«Dia da Criação»... um Sábado!


Diria a minha mãe que tudo o que se começa ao Sábado não é bom...

«Chega de Saudade», Vinícius de Moraes e Toquinho

Vinicius de Moraes nasceu há 100 anos

Há cem anos, nasceu Marcus Vinicius de Moraes, no Rio de Janeiro.
Poeta, compositor, dramaturgo, diplomata, jornalista,... 
para descobrir aqui.

Fica um poema, hoje. 

Poética (I)

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.
(New York, 1950)

Dez poemas escolhidos na Revista Bula... 

...e Vinicius com Toquinho, acerca da Felicidade 
que - ao contrário de tristeza - tem fim.



«Lindo ramo,verde escuro», António Pinho Vargas



E diz hoje, APV, no Facebook: «Volto a colocar porque esta letra do cantar alentejano não é uma letra qualquer. Retrata o sofrimento e a tristeza de um povo que em vários períodos da sua história teve de emigrar à força por falta de trabalho ou condições de vida:


"Abalei da minha terra
Olhei para trás chorando,
Adeus terra da minha alma,
 ai tão longe me vais ficando." 

Revela como o povo, na sua infinita e anónima criatividade colectiva, consegue produzir beleza (ou sublime) a partir das suas próprias vivências sofridas.
Nós, Maria João, José Nogueira e eu, procurámos aqui tratar os versos no total respeito pela 'igualdade de dignidades' entre as diversas expressões artísticas do mundo.»

12.10.13

JOSÉ MÁRIO BRANCO, «Resistir é vencer»

«Pra não dizer que não falei das flores», Geraldo Vandré


Geraldo Vandré (1968

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.