27.12.13

«Não é fácil o amor», Janita Salomé



Não é fácil o amor melhor seria
Arrancar um braço fazê-lo voar,
Dar a volta ao mundo abraçar
Todo o mundo fazer da alegria

O pão nosso de cada dia não copiar
Os gestos do amor matar a melancolia
Que há no amor querer a vontade fria
Ser cego surdo mudo não sujeitar

O amor o destino de cada um não ter
Destino nenhum ser a própria imagem
Do amor pôr o coração ao largo não sofrer

Os males do amor não vacilar ter a coragem
De enfrentar a razão de ser da própria dor
Porque o amor é triste não é fácil o amor.

Poema de Luís Andrade

«Não é fácil o amor», Maria João e Lena d'Água


«Mãos na parede» (live), Maria João & Mário Laginha


«Beatriz», Maria João & Mário Laginha


21.12.13

Feliz Natal!



Natal, e não Dezembro 

Entremos, apressados, friorentos, 
numa gruta, no bojo de um navio, 
num presépio, num prédio, num presídio 
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.

David Mourão Ferreira

«Azul branco», Janita Salomé (1987)

«The Jazz Singer», 1927

«Le Voyage dans la Lune», Georges Méliès (1902)

5.12.13

«Invictus»



Invictus

Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.


(Poema de William Henley, que Nelson Mandela manteve na sua cela em Robben Island, escrito num pedaço de papel.)

Nelson Mandela (11.Fevereiro.1990)


«I stand here before you not as a prophet but as a humble servant of you, the people. Your tireless and heroic sacrifices have made it possible for me to be here today. I therefore place the remaining years of my life in your hands.»

MADIBA, «aquele que preenche os vazios»

Nelson Mandela (18.07.1918... Forever!)



«O nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.
O nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida; é a nossa luz, não a nossa escuridão, que mais nos amedronta.

Perguntamo-nos: 
- Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?" 
- Na verdade, quem és tu para não seres tudo isso?... Sentir-se pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras à tua volta.
E, à medida que deixamos a nossa própria luz brilhar, inconscientemente, damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo».
(Discurso na Tomada de Posse, 1994)


«Madiba é o nome do clã Thembu a que Mandela pertence. Foi também o nome de um chefe Thembu no século XIX. Chamar Madiba a Mandela é sinal de carinho e respeito.»

Elogio de Nelson Mandela por Mario Vargas Llosa, in Elpais, 20.06.2013

ABCNews...

Os seus seis nomes.

Na Wikipédia.