10.11.13

Álvaro Cunhal, 100 anos de vida


Portugal seria diferente sem Álvaro Barreirinhas Cunhal? Sem dúvida!
Por que motivo? «recusou ser comum», para usar o título de uma revista que evoca a efeméride.

Quando, em 1992, faz o último discurso como Secretário-Geral do PCP, diz: «Passei uma dúzia de anos na prisão, 11 seguidos e oito completamente isolado numa cela, isto é muito duro mas houve companheiros meus que estiveram mais de 20 anos presos. Fui torturado quase até à morte, mas o certo é que houve alguns mortos na tortura, porque se recusaram a fazer declarações. Estive mais de 10 anos clandestino, mas houve camaradas meus que estiveram mais de 20, mais de 30, a ser perseguidos pela polícia, sem nunca desistir da luta pela liberdade em Portugal.»

José Pacheco Pereira revisita a biografia aqui.

O filme oficial «Vida, pensamento e luta» aqui fica também, tal como o site Álvaro Cunhal - Centenário.

E o documentário da TVI - Álvaro Cunhal 100 anos.

Ficam aqui algumas notas, sugestões de textos, imagens, músicas, no dia centenário do seu nascimento.

Associa-se o 'segundo' Hino do PCP - que sempre me arrepiará - pela força e esperança que integra: música de Luís Cília (1967), voz de Luísa Basto.

- Para ver alguns dos seus desenhos, e um bem diferente:
- Sobre a pintura, o video possível (2013) que conhecemos;

- Um conto infantil, que deu lugar ao filme de animação «O barrigas e os magriços», disponível na Comissão de Comemoração do centenário;

- Para ler, alguns artigos antes do início e durante a 2.ª Guerra Mundial, no jornal O Diabo em 1939: «Um certo tipo de intelectuais» e «Um problema de consciência»; e um outro, já de Janeiro de 1940: «Aviso Prévio»;

- Para ler, diversas entrevistas ao Expresso (de 1974 a 2003) e uma fotogaleria na mesma edição;

- Para ver: a fuga de Peniche (documentário) e a chegada a Lisboa, após 25 de Abril de 1974; e, o célebre debate televisivo... «olhe que não, olhe que não...», realizado a 6 de Novembro de 1975 entre Álvaro Cunhal e Mário Soares;

- Para ver na Biblioteca Nacional, até 31 de Dezembro, a mostra «Álvaro Cunhal (1913-2005): a pena, o pincel, o punho» e no Arquivo Nacional/Torre do Tombo: História de um gordo chinês que estava de barriga para o ar

- Para ler, quando apetecer, o romance mais conhecido - mas há muitos outros - sob pseudónimo Manuel Tiago:
que também deu o filme homónimo. 
Acerca de outro filme, baseado noutra sua novela:

- Catarina Pires, que fala aqui, de «O meu Álvaro Cunhal», dá-nos outra imagem do Homem, entre 1997 e 1999:
- Uma entrevista com a filha Ana Cunhal (2010), na qual se descobre que cozinhava e bem - e a carta à irmã Eugénia (1966), dolorosa;

E aqui fica também o selo comemorativo do centenário de nascimento, dos ainda CTT:

... e um blog a explorar.

«O homem é ele próprio e as suas circunstâncias» dizia Ortega y Gasset. 
Álvaro Cunhal, que dedicou a vida a dar um novo sentido a esta frase, lutando para que todos tivessem circunstâncias que lhes permitissem ser aquilo que quisessem, contrariou-a. Escolheu o caminho mais difícil. O único possível. Nunca se arrependeu. E foi feliz.» in JN

Gostava de o ter conhecido, como a Carlos Paredes e Zeca Afonso. Mas a morte sempre sai à rua... E, contudo, ELES ESTÃO AQUI!

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